sábado, 1 de outubro de 2011

AO VENTO


AO VENTO

O Sol que meu corpo beija
E toca numa carícia,
É a soberba delícia,
Que o coração tanto almeja!

Procuro-te nos fetos do monte,
Na água fresca a passar…
Algures secou-se a fonte
Que em tempos, ouvia cantar…

A lousa divide o regato,
Em duas bicas iguais,
Dando ao mundo a lição da partilha,
Que abraça todos os mortais!

Como eu era e gostava de ser,
A menina de mão delicada,
Abrindo o seu coração,
Ao vento, ao Sol e ao “nada”…

Como era, então, feliz
Imaginando ser desgraçada,
O peito ansiando amor,
No umbral da porta fechada…

Maria Irene Costa
in "Teia de Afectos"

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