AO VENTO
O Sol que meu corpo beija
E toca numa carícia,
É a soberba delícia,
Que o coração tanto almeja!
Procuro-te nos fetos do monte,
Na água fresca a passar…
Algures secou-se a fonte
Que em tempos, ouvia cantar…
A lousa divide o regato,
Em duas bicas iguais,
Dando ao mundo a lição da partilha,
Que abraça todos os mortais!
Como eu era e gostava de ser,
A menina de mão delicada,
Abrindo o seu coração,
Ao vento, ao Sol e ao “nada”…
Como era, então, feliz
Imaginando ser desgraçada,
O peito ansiando amor,
No umbral da porta fechada…
Maria Irene Costa
in "Teia de Afectos"
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