Aquele tigre na jaula encarcerado
Era entre os animais do zoo
O mais admirado.
Um dia,
Vendo entre a multidão
Uma linda mulher
Que o olhava, olhava,
Sem dele desprender
Os belos olhos negros
Profundos e sem fim,
O tigre pensou assim:
«Se eu tivesse liberdade,
Podia andar esfomeado
Mas não, nunca mataria
Tão linda e bela mulher.
Sofreria a minha fome
Mas daria beleza ao meu olhar
Olhando, olhando sempre para ela.
E como seria grande o meu prazer
Ao segui-la, como um cão que vai à trela.
Matá-la? Não!
Ela é bela demais para morrer.»
E diante da jaula,
A formosa mulher,
Pensava assim:
«Oh! que belo animal!
Que pele! Que maravilha!
Que brilho colorido e sem igual!
Era capaz de matar este animal
Para ficar com a pele só para mim!
Amândio Vasconcelos
Sem comentários:
Enviar um comentário