sexta-feira, 29 de abril de 2011

MÃOS ABERTAS

MÃOS ABERTAS

Abro as mãos e nada tenho,
O que tive, dei-o, por caridade;
Mesmo o que possa ter, não retenho,
Sou fruto do amor e da verdade.

Mesmo que a dor me alimente,
Com presságios de encantamento;
Abro as mãos e de repente
Solta-se pelo ar o sofrimento.

Sou o apóstolo de mãos abertas
Que enxuga as lágrimas da dor;
Nas esquinas com gente, nas ruas desertas,
Nasce em cada canto uma flor.

Jorge Vieira
in "Manhãs Inquietas"

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