Me sinto sempre isolado
Pois tudo o que me rodeia,
Sentimento, dor e pecado,
Vai tecendo a minha teia.
Só, não é solidão,
Ser só não é solitário.
Será a vida sem perdão
Nas contas de um presidiário.
É viver sem ter ninguém
Mesmo estando acompanhado,
Saudade de quem já não em
O destino desencontrado.
Ser autónomo eternamente
Como se o próprio destino
Me mostrasse complacente
O caminhar do peregrino.
Mesmo cá dentro de mim
A solidão me atormenta.
Serei seara ou jasmim
Na sina que me afugenta.
A paixão e o amor
Andam sempre tão juntinhas,
A solidão é pavor
No quarto onde dormimos.
João Pessanha
18/03/06
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