sexta-feira, 29 de abril de 2011

HÁ NESTE POEMA

HÁ NESTE POEMA

Mais do que palavras balbuciadas
há neste poema, gritos imortais
há feridas abertas pelas amarguras
névoas encalhadas num longínquo cais.

Mais do que fronteira do deslumbramento
há neste poema rumos de luar.
Há o fulgor presente, despertando o tempo
filho dum futuro ainda por chegar.

Pulsos latejando novas alvoradas
espasmos de dor em lânguido tremer
num ventre gerando mortes projectadas
que têm um dia só para viver.

E se as gargantas ficam caladas
em odisseia muda e serena
mais do que palavras balbuciadas
gritos imortais, há neste poema!

Kim Berlusa

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