Eu vim só, vivo e morrerei só;
como no mar a ilha esquecida,
sou de meada, enredo, o nó,
a procurar a ponta prometida.
Na ilha que pareço, cada dia,
rezo as próprias homílias;
e passo a emitir a empatia
para atrair algumas companhias.
Amo, odeio, grito, clamo, quero!
Mas logo que o eco se esfuma
outro ecos se cruzam – desespero!...
E penso que a vida é só espuma.
Olho bandos de aves, quando passam;
fico presa num encantamento!
O militar de asas que esvoaçam
vão unidas no mesmo movimento.
E morro nesta dor de ser diferente
sempre agarrada à minha solidão.
No entanto, quero Ser em toda a gente
a palpitar num grande coração.
Não fora ter o meu amor terreno,
farol nas negras águas me guiando,
seria vulto triste e tão pequeno,
um pobre fogo fátuo se apagando.
Agora, esta frágil humanidade,
vem para vós de alma tão serena.
Fiz balanço, constato que a amizade
nos engrandece a vida e vale a pena!
Maria de Lourdes Martins
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