tempestades ventos com peso de chumbo
e vivem rugas na orla da sombra
do tempo em que a esperança
acreditava em tudo
tempo e idade são asas graúdas
os ventos agrestes entoam sem rumo
orgasmos de fome e fermentos de luta
enlaçam o canto a mastros de angústia
tremendo bandeiras com o desemprego
numa gravidez de um cântico negro
dos beijos da chuva já nada se espera
voltam tempestades em horas de lodo
com o mundo a cair para uma cratera
com punhos de vento no sangue do povo.
Teresa Gonçalves
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