AGITADOR
Nesse tempo oferecíamos sonhos ao domicílio
Tocávamos harpa nos labirintos da vila
Dedilhando com amor as caixas do correio
O ar aparafusava a nossa emoção
Em distintos silvos de comboio
E a amizade toda de mão na mão
Nesse tempo encarava a vida sem desdém
Desfolhava os panfletos em papel de seda
Vestidos de arco-íris e esperança.
O homem que punha a liberdade nas caixas do correio
Era o anjo nocturno da cidade
era o tempo do rio nos lavar a cara
nas auréolas do sono e da luta
já não tínhamos medo porque tínhamos razão
acordávamos nos outros uma ideia nobre
de revolução.
Fernando Morais
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