quarta-feira, 6 de julho de 2011

TRISTEZA

TRISTEZA

Sempre fui triste sem saber porquê,
naturalmente porque o Demo o quis:
A gente é como nasce e ninguém crê,
mas todo o bem e o mal vêm da raiz.

Sempre vivi com o ar de quem não vê
nada em redor e o que se faz ou diz,
como que à espera de que se lhe dê
o que lhe baste para ser feliz.

Sempre andei só por entre a multidão,
cabeça curva, oculto o coração
que, de medroso, muito resguardei:

Mas vai um dia, oh! meu amor, surgiste
e fez-me esta loucura ainda mais triste
 e foste embora e triste cá fiquei!

Oliveira Guerra
in "Algemas"

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