sexta-feira, 15 de julho de 2011

SEM RUMO

SEM RUMO

Eu já não sei o que há-de ser de mim
por este andar, por este ruim caminho,
pois não me é dado ver qual seja o fim
a que ele me conduz, tanto é daninho.

Vejo-me aqui (não sei por onde vim
aqui parar!) metido no escaninho
do meu problema, como num jardim
um melro engaiolado, à vista o ninho…

Quero fugir e bato em vão as asas,
penso morrer e sinto ardentes brasas
queimando, vivo, todo o coração.

E dizem que há lugar no mundo imenso
p’ra todo o ser, enquanto eu vejo e penso
que nem a morte é a minha salvação…

Oliveira Guerra
in Algemas

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