Como no tempo
em que rasgava-mos
amplos espaços
ainda em branco
e íamos gravando
nas pedras
a surpresa dos gritos
enrodilhados no suspenso
e vigoroso, pêndulo do sol.
Como no tempo
em que a memória eclodia
e dardejava na medula
do ainda, puro amor
quando a ausência, de nós
era vernáculo de saudade
e arabesco de sabedoria.
Como no tempo
em que os sonhos
se mantinham dentro
da transparência
inocente do olhar.
Kim Berlusa
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