VOLÚPIA DE ALMA
Quando à noitinha as rosas nos canteiros
se curvam, langues, para a terra escura
e em coro os ralos cantam nos lameiro
uma canção de bárbara doçura…
E pela sombra passam cavaleiros
de sonho em cavalgadas de loucura
e se contorcem místicos pinheiros
em gestos esgarçados de amargura,
sinto que a Dor, a fada silenciosa
me bate à porta, branda, carinhosa,
e vem fazer-me doce companhia.
E já saudoso dessa velha Amiga
que não esquece esta afeição antiga.
acolho a Dor com mística alegria…
Oliveira Guerra
in Algemas
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