ALVOS DO MEU DESPREZO
- Submisso, porque de educação austera, sempre quis ser.
Todavia, porque roubado me foi o Paraíso e lançado no
lodaçal, não me vergo diante de ninguém. Revoltado!
A escória fedorenta do mundo,
Teia que tudo toma furibundo,
Autómatos comandados à distância
Por quem sobre eles tem poder
E sobre outros o tenta estender
Aumentando a sua ganância...
Vis e reles criaturas,
Parecendo inocentes e puras,
Acéfalo arremedo de raça humana,
Necrófagos ilegais,
Balões inflados de gás venenoso,
Dejectos vivos saídos de ânus morto,
Cadáveres ambulantes,
Pais de filhos sem mãe,
Montanhas de esterco vivo,
Vasilhas de água fétida,
Bexigas plenas de urina tépida,
Arruadoras feitas actrizes,
Santas meretrizes,
Comedores de fezes,
Filhos de escravos velhos,
Balofos políticos,
Governantes raquíticos,
Pulhas e doutores,
Cravas predadores,
Falsos inventores,
Penicos plenos de pús,
Pederastas sem cús,
Policias nús,
Palhaços capados,
Eunucos falhados,
Militares do reviralho,
Meninas do serralho,
Padres de falos erectos,
Corruptos, juízes incorrectos,
Covardes, capitães insurrectos,
Ventres sem umbigo,
Sida sem abrigo,
Ricaços laparotos,
Maricas sem escrotos,
Engenheiros trapaceiros,
Advogados calaceiros,
Falsos enfermeiros,
Antropóides desenterrados,
Capachos esfarrapados,
Corpos de sangue podre,
Frades de barriga feita odre,
Serpentes coleantes,
Atletas sempre ofegantes,
Porcos sebosos,
Galos leprosos,
Sapos venenosos,
Mamas repelentes,
Olhos com lentes,
Espantalhos senis,
Ministros servis,
Jovens onanistas,
Pastores evangelistas,
Freiras calistas,
Profetas da desgraça,
Cientistas sem raça,
Vacas sem cornos,
Maridos com tais adornos,
Heróis façanhudos,
Batoteiros e pançudos,
Pedófilos culposos,
Seres ascorosos,
Mutantes sem saliva...
- Merda viva!
Manoel do Marco
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