quinta-feira, 16 de junho de 2011

VISITANTE NOTURNO

VISITANTE NOTURNO

Entra o luar na minha casa à noite
como entra, silencioso, nas demais.
Oh! meu poeta, diz-me onde é que doi-te
pois chegas sempre triste e triste vais.

Porque andas branco? Há sempre quem te acoite
com a alma inteira e braços e braços fraternais,
e ninguém há no mundo que se afoite
a por-te fora. Quando queres, tu sais…

Dize o que tens, oh! meu irmão vadio,
oh! vagabundo imenso, irmão do frio,
oh! habitante de desertas salas.

Dize o tens, se podes tu dizer-m’o
pois ele há mágoas que não têm termo
e às vezes não há termos p´ra contá-lás…

Oliveira Guerra
in Algemas

Sem comentários:

Enviar um comentário