Aguarela de José González Collado, pintor ferrolano, companheiro de Oliveira Guerra nas andanças luso-galegas dos primórdios dos anos sessenta
O grande Mar rodeia a Terra inteira
num grande abraço, grande e envolvedor.
cantando algures, numa voz fagueira,
rugindo além, possesso e rugidor…
Não sei que imensa e intérmina canseira
o faz ser doce e manso arrulhador
e ao mesmo tempo em sanha traiçoeira
bater com ódio e rouquejar com dor…
Não sei dize-l’o. É grande desatino
deixar-se dominar como um menino
e dominar também como um leão.
Não sei dize-l’o e sinto-o no meu peito
porque há um retrato dele, bem perfeito,
no meu inexplicável coração… Oliveira Guerra
in ALGEMAS
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